De repente quarentena e me vi em uma pandemia, sem poder sair de casa. Para quem gosta de fotografar cenas do cotidiano esse foi um momento de reinventar-se.
No começo não me dei conta, fotografei em casa e entre uma saída e outra para ir ao mercado. Passei a “olhar com outros olhos” minha própria casa e ressignificar o cenário: as plantas da sala e do jardim, as luzes e sombras que se formam nos diferentes horários do dia, o céu de diferentes cores da janela do meu quarto, as experiências com materiais naturais, dentre outras coisas, tornaram-se fonte de pesquisa.
Era só falar em mercado que eu já estava preparada com o celular. Embora sempre encontre algo diferente nos mesmos caminhos, as paisagens começaram a ficar sem novidade, porque até as caminhadas para atividade física não podiam mais acontecer. Comecei a sentir falta das saídas, surgiu um vazio, uma necessidade de fotografar além…como um impulso interno de CRIAR algo novo em meio a essa situação.